segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Arte de presente

Vim aqui hoje apresentar pra vocês um trabalho artesanal que faço: Caixas Personalizadas. Vou postar aqui hoje a minha entrevista no antigo jornal Tribuna de Alagoas (hoje Tribuna Independente).
Boa leitura!


Desde o ínicio dos tempos, o homem vem demonstrando verdadeiro fascínio pelo novo. Descobrir, inventar algo que carregue a sua marca tem sido um dos maiores desafios para quem deseja fazer a diferença. É como brincar um pouco de "Criador", moldando as coisas ao seu gosto, transformando-as segundo a sua vontade. E isso não é diferente no campo das artes.
Nina Cavalcanti, uma artista plástica de 23 anos, desenvolveu esse fascínio bem cedo. "Sempre achei os trabalhos manuais lindos!", ressalta. Quando criança, ela costumava ficar horas"paquerando" caixinhas de presente nas lojas espalhadas pela cidade; e, ao chegar em casa, com mil idéias na cabeça, fazia a sua própria arte, desmontando as caixas de papelão que encontrava pela frente e dando-lhes um toque todo especial.
Um curso de embalagens para presente - realizado pela Fundação Bradesco - lapidou esse talento nato. Durante as aulas, Nina aprendeu técnicas e materiais adequados para dar continuidade à sua paixão. "É muito bom recortar o papel e, aos poucos, sentir uma espécie de orgulho pela forma que você deu a ele. É como se fosse um filho", resume.
O trabalho da artista plástica também encontrou um importante aliado: o prazer que ela sente em presentear. Prazer este que, de certa forma, impediu a comercialização de seu produto durante algum tempo. "Mas aí uma amiga viu, achou legal e começou a divulgar", diz. A propaganda boca a boca deu certo e, hoje, Nina Cavalcanti recebe encomendas de todos os ipos. Em datas especiais, a produção aumenta.
Na maioria das vezes, o cliente já vem com uma idéia, um tema para a caixinha. E a artista plástica, de posse de informações sobre o perfil de quem receberá o presente, dá sugestões... Tudo isso como parte do processo de pesquisa para a criação.
São caixas de formatos diferenciados - quadrada, retangular, oval, redonda. Mas, em meio a tanta variedade, o campeão de vendas continua sendo o tradicional coração. A artista plástica, porém, traz em seu currículo caixinhas mais que especiais - como a que fez para um amigo, com o tema 'Beatles'; outras que estão 'na moda', a exemplo do sapinho Keroppy e da Hello Kitty; e outras singulares, que trazem estampados escudos de times de futebol ou fotos de alguém especial.
A caixinha dos Beatles foi presente de amigo secreto. "Meu amigo secreto era apaixonado pela banda, então resolvi presenteá-lo com uma caixa simbólica. Fiz uma caixa comum e coloquei uma foto da banda na tampa, contornando-a com tinta relevo. No dia em que entreguei a caixa, ela fez mais sucesso que o presente", lembra Nina.

PACIÊNCIA
Esse tipo de trabalho não é fácil, nem rápido, como pode parecer à primeira vista. Além da pesquisa inicial com o cliente, é preciso muita paciência por parte de quem confecciona as caixinhas. "São necessários dois ou três dias para fazer cortes e colar, porque eu dependo da cola. E mais um ou dois dias para fazer a decoração", explica.
Um dos maiores desafios da artista plástica foi sua "primeira caixa muito resistente". "Uma amiga queria uma caixa muito grande. Aí tive que entrar na intimidade do presente dela para saber como eu deveria fazer a caixa. Tinha que ser algo especial, porque ela queria colocar uma garrafa de vinho e guloseimas. Precisava ser um material resistente, para que o fundo não abrisse".
E foi aprendendo com as experiências - e analisando que a arte, apesar de prazerosa, é também trabalhosa - que Nina 'despertou' para a possibilidade de agregar retorno financeiro à sua paixão. "Não fazia sentido eu não me beneficiar financeiramente com a minha arte. Caixas de presente são caríssimas", ressalta.
Qaundo Nina refere-se à arte enquanto prazer, seus olhos brilham: "Acho que a embalagem conta muito no presente. Imagino a satisfação da pessoa que vai receber o presente, aí me emprenho em colocar toda a minha criatividade e o meu capricho no que estou fazendo. Tento fazer o dia de alguém alegre com um presente que vai ter 'a cara dele (a)'. Sou praticamente uma Mamãe Noel'", brinca.
E, quando fala em dever, sua seriedade surpreende - levando-se em consideração os seus poucos anos de vida: "Arte é o prazer, mas também o dever; tenho um prazo de entrega e responsabilidade pela qualidade do produto".
Quem quiser conhecer o trabalho da artista plástica pode acessar o endereço eletrônico: http://www.fotolog.com/meus_babilacks